segunda-feira, 7 de março de 2011
terça-feira, 1 de março de 2011
Em conserva
Conserva
Concomitantemente a poesia
Na sombra da poeira
Vai se esvaindo em versos
Coisa conserva
Caixa preta de uma vida
Os versos escritos um dia
Numa noite de melancolia
Extensa e comprida
Sorriso fechado
Num mundo aberto
De tantas soberbas
Vai a ida e vem a volta
Calado
Meia idade
Meia cura
Na cura da mente
Doente de repente
Corre a água
Sopra o vento
No desmaiar de um poema
No desaguar de um acalento
Obscura
Obscura
Pula, exala e extrai
Cala a boca, fala
A noite na sombra que recai, cai
Poesia obscuramente louca,
Viagem sem mala
Sem fantoches
Estrela cheirando pachorras
Pateta em leves toques
Ilusões cachorras
A frente , fenda
Se abre na gruta
Da grelha porque se escorre labareda
Sonho guardado no fundo da gaveta
Da garganta
Sofocada numa gravata
Cócegas de medos
Num tamborim
Escorre por entre os dedos
Pálido assim
Poesia caricatura de vida
Real do realmente
O escondido na mente
De toda fugaz escrita perdida.
Pau no bueiro
Pau no bueiro
Talvez não tenha tanta poesia
Minha poesia
Talvez nenhuma
Mas há uma força que contagia
Infames solavancos vividos
Uma vida um querer
Sonhares proibidos
Paixões prioritárias ilusões
Em cativeiro e um monte de palavras
Não dizem absolutamente nada
Mal fadadas ao ermo
Feito um pau no bueiro
Um galho dissipado pelo tempo
Levado pelo vento
Estelarmente desiludido do topo
Queimado pelo sol , pela lua
Pela ignorância tua
Ou pela imagem linda da amargura
Encontrando no bueiro ao relento
Imagine bem
Quem diria
Um simples pau no bueiro
Coisa muito aquém a poesia
Se convergeria
Em poesia
Uma maluquice baldia