quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

SEM MELODIA




Sem melodia


A poesia folheia momentos
Vividos no imaginário
Como se desfolha uma rosa
Sentindo a dor dos espinhos espalmados
Nos calos cheios de suor
E secos

Esse simples paradoxo
Momento poesia
Por si só bastaria
Pura sinopse da vida
De um poeta

No fundo
Cada pingo de suor
Sal e açúcar
Cada soro
Orvalhado de hormônios
Tem o tom da espera
A esperança
De um corpo momentaneamente
Não defunto

E a inspiração
Essa piração
Rasga a madrugada perene
De verso em verso
De boca calada
Só na poetação


Meus versos meus sonhos
São secos
São impares
Não cabe numa folha só
Via alem do infinito
De minha imaginação

Meus versos meus sonhos
Não cabe a mim
Dar-lhes melodia
Não são feitos para isso
São só lembranças
De que a gente é assim
O que é e não o que gostaria de ser

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