quinta-feira, 19 de agosto de 2010

sábado, 14 de agosto de 2010

OBVIEDADE ABSTRATA




OBVIEDADE ABSTRATA


Ao poetar não basta,
a pura obra que lhe repara,
vida dura contida e alada,
merecida obviedade abstrata,
em viver uma existencia tapada,
e uma vida sonhada.

Mares de versos vem e vão,
forte dor de paixão,
rompe mais que a própria ilusão,
em ser o que não,
é ter o que nada levarão,
solidão.

Correr não sei pra que,
se o tempo curto é longo,
e quanto mais alongar tentamos,
mais escasso se apresenta,
na lâmpada de tempo,
nada adianta economia,
tudo que se gasta,
não gastando também se consome,
e por fim tudo some,
nessa nossa eterna decomposição mundana,
vida insana.

DIRIGINDO


VERCADOS


VERSOS RECADOS


Não sei se passo o recado,
ou o recado quem me passa,
do furor de Amor,
quem sem cessar me transpassa,
onde não corrói a traça.

É beber do vinho a taça,
sofrer sem saber qual desgraça,
numa vida,
poesia meditante que me arregaça.

Sem saber por onde por fim,
do começo de todo sim,
beneficio vão pra mim,
e aos risos,
sarcásticos estouram estopins,
que destroem uma vida,
feito em madeira cupins,
de um viver em poesia,
a casa dia colhida.

Sigo em meu pranto de versos,
escapulindo de solavancos,
esquiando na solidão desértico,
sem poucos,
calabouços perenes.




FEBRE


FEBRE INSPIRAÇÃO

No adentrar de olhar me adenso,
soro de anticorpos devaneios,
esbravejam flâmulas de tufões,
em olhos ao olhar do outro dentro,
e chorar vidas não vividas,
incessante poetar.

Sem rimas, sem regras de esgrimas,
assim meus dias,
minhas diferentes poesias,
essas daquelas ausentes,
as pressas da febre inspiração,
minhas poesias tem um único,
e exclusivo ingrediente
a paixão pelos versos.

Poesias, versos,
simples e meras frases,
ou aos avessos,
são dizeres,
maués dizeres,
meus dizeres não enviados,
dos outros sonhos cativados,
enviados.



EM EX - SEGREDO


VERSOS EM SEGREDO

Estes versos faro ao poder de todas,
não com milhares de primeiros,
versos meus de outrora,
que só quem ter podia,
quem eu gostar seria,
mas que em tese de sua historia,
nem gostará de poesia.

Versos meus de agora,
diferentes e tão iguais os de outrora,
os de agora quem ler,
seres que conheceram,
a dor de versos de outrora,
em páginas tristes,
que a timidez me condenou,
mas a poesia,
esta magia,
nunca me abandonou,
e um novo poeta me consagrou.

Versos amigos,
muita vezes,
em noites tristes,
me serviram de abrigo,
enquanto meus outros amigos,
só pensavam em seus próprios umbigos.

PERTINENTES


VERSOS PERTINENTES

Inspiração, de mãos dadas com a solidão,
quantos livros já tens em mãos,
responsável pela condenação,
de poetas presos desprendidos a ilusão
de viver uma paixão em sonho coração.
Pulsa forte, pulsa pertinente,
faz do amor sua patente,
e não descola da gente,
onde sono se converte em desastre,
na catástrofe,
de ter e não ser,
o que diz a regra de uma singela estrofe.

Mofam sonhos na memória,
de um poeta sem poetar,
chora, lutas perdidas na historia,
de alguém que não soube amar.

Na surdina da taciturna noite,
estrada nebulosa em neblina,
nevoeiros rompem o calos das travas,
no pesadelo de existir e saber,
que convive e coexiste ao sofrer,
saboreando a taça amarga feito féu,
ouvindo a musica passar o carro,
carro sei lá de quem,
a música do creu!












Festa


Entrecosto domingo á tarde


Última linha


Ultima linha
Não teve jeito
Tentei me afastar
Largar a poesia
Mas não consegui
Poetar é mesmo um vicio
E não quero largar disso

Me acalma e me encontro
No emaranhado poetico
Me sonho de anistias
Afugentam me em poesias
E o tempo passa
Mais lento
Quando estou a poetar

Mas senão fosse a poesia
Minha vida
Se resumiria
Em uma comprida
Piada sem graça
Nostálgica sem cura
E o existir
De nada valeria
Nasci pra poesia

Na poesia interro-me
Intero-me do dia a dia
Sinto sair do corpo
Vou ao céu em segundos
Pulo nuvens e vôo
Mergulho no oceano de sonhos
Sonhos infalíveis
Mas mesmo assim
Nunca sei o final
Até que eu chegue na ultima linha
Como esta agora.

Retomando a fé


Retomando a fé



Hoje estou louco pra escrever
Não que esteja muito inspirado
A fazer minhas poesias
Com versos ou sem
Mas com contextos super diferentes
Da ficção

Hoje estou louco para desabafar
Um desabafo sim
Super especial e exemplar
Hoje quero falar de mim


Sinto na alma uma paz tremenda
Que desde a muito não sentia
É o pecado que me dominava
Hoje me afastei desse tormento
Desde cedo acordei com o pé direito

Não que tenha ganhado algo
Mas que tenha deixado de perder
O bom da vida:
A simplicidade de andar a pé,
De estar sempre de bom humor,
Sorrir e desejar um bom dia, boa tarde, etc e tal


Hoje
Hoje foi mesmo um dia de sorte
Fui a biblioteca e matei a saudade
Dos velhos livros , jornais , revistas,
Velhas amizades

Hoje
Comi um enroladinho no centro da cidade
Com suco de laranja pra acompanhar
Fiz o nome do pai em frente a igreja
E agradeci a Deus por tudo

Hoje senti tanta felicidade
Mesmo sendo o mesmo
De sempre,
Mas com uma única diferença
Senti hoje que sou um homem de fé,
Uma criatura de Deus


Hoje
Senti na pele
O quanto é bom e faz bem
Se afastar do pecado
Hoje só tive pensamentos bons
Não desejei mal a ninguém
Não senti inveja de ninguém
Não sonhei com fortunas e glórias terrenas
Pois é como se diz na Biblia:
O que adianta juntar riquezas e tudo mais materiais
Aqui na terra , onde a traça e o tempo corrói
O bom mesmo é ter fé,
Acreditar em Jesus Cristo, o Deus nosso salvador
Que morreu na cruz por todos nós pecadores
E venceu a morte
Provando que o bem sempre vence
E prevalece no final


Hoje
Com uma simples atitude
Já iniciei bem o dia
Ao acordar , orei a Deus
E agradeci a tudo que ele me deu e está dando
E pedi força, sabedoria e muita fé
Para vencer os desafios cotidianos
Que tanto nos afligem


Ah e como é bom se afastar dos pecados
É como tirar a dor
Com as próprias mãos
A fé, ri das impossibilidades
Hoje senti que tenho fé
E posso, e devo e quero me afastar cada vez mais do pecado

E quero viver cada dia mais
Sobe a guarda e proteção de Deus nosso senhor
Obrigado meu Deus
Por me dar a possibilidade de abrir os olhos
Enquanto ainda é tempo
Muito obrigado senhor nosso Deus
Pai todo poderoso.

Poema de mente


Poeta demente
Escrevo
ENEM sei
Se um dia passarei
Nesse vestibular da vida

Diluo dúvidas em versos
Duvido de tudo
Confio em tudo que seja relativo
Sou sagitariano
E no momento não estou namorando
Mas como sempre estive
Amando e sonhando
No meu segredo

No sonambolismo de poetar
Dias e noites passam
Poetizo minha existência
Minha pura essência
Com medo e vergonha de tudo

Vago solitário
Pelas ruas e pelos livros
Versos me Poe ao chão
E é quando me lembro
Que realmente sou gente
Mesmo que para muitos
Seja apenas
Mais um poeta demente
Anti social dessa sociedade delinquente
A viver na marginal
A margem da felicidade real

Ito


Poema do Ito
Vomito

Conflito

Desconvicto

Lanço olhares ao infinito
Bebo e choro
Trago e vomito
Sou um cara esquisito

Na podridão de viver a poetar
Muitos acham isso bonito
Mas eu nada tenho gabarito
Nem sou bonito

No peito um sonho
Sinos tocam
Um canção tão triste
Que em poesia
Esta poesia recito

Sem pestanejar
Encerro mais uma poema
Com a realidade em conflito

Olhos no olhos


Olhos nos olhos
Olhando fotos
Fotos antigas
Fotos minhas
Fotos tuas e nossas

Olhando no olhar do semblante
De um ser em esperança total
De que tudo iria dar certo
Ou pelo menos
Do jeito que se espera ser legal
E justo

E é ai que vejo
No louco olhar de um fracasso
Que e o quanto somos fracos

Olho no meu olho
Com meu próprio olho
E vejo lá no fundo
Uma enorme tristeza
Mesclada a alegria no miolo

Sinto na alma
No fundo daquele olhar
Triste e sombrio
Alegre esperançoso
O quanto é inútil
Ser orgulhoso
Quando se está por cima
Pois no final
Todos nós iremos mesmo
É ficar por baixo
Por baixo da terra

Voz no futuro


Minha voz no futuro


Já não tenho mais paciência
Tampouco espero nada de ninguém
Não lanço mais esperanças
Na fornalha da vida sem abastanças

Já não sonho mais uma vida
Bem vivida
E sim uma sobrevida
Sobrevivida

Vivo cada momento como um pesadelo
Que se realiza
Coisas pequenas
Coisas tristes e mórbidas

Boa música
Me inspira
De tanta saudade
Minha cabeça pira

Solto palavras
Como um índio
Lança sua flexa
Pra injustiças
Minha palavra não se esquiva


Expiro-me do mundo falso
De falsidades me abdico
Tento
Mas nem consigo
Sou poeta
Não sou santo

Sou um poeta
Como tantos
A maioria que não vive de poesia
Mas minha poesia viverá de mim
E eu eternamente nela
Mesmo já tendo ido
Para uma viagem
De para não sabemos onde
Quando nem como nem porque
Mas mesmo assim
Somos teimosos
Curiosos e vamos

Verdades lamuriosas


Certas verdades
Nossa visão alcança
Sob a tutela do sofrer

Dentro do núcleo das injustiças
Há sempre um cúmulo de insensatez
Frutuosa espectral delinquente
Figura enaltecedora
De ideologias hipócritas
Geradas no clã da sociedade
Sombra ímpar
De toda maldade

É são nesses viés
Caminhos caprichos
Que frutificam os sonhos
E os adubados pesadelos
Bizarros bizohos

Escrevo até cair de sonho
Mas ainda tenho forças e sanidade suficiente
Pra cair na cama
Cheio de dias
Feitos , formatados em poesias

Liberto


Liberto

Hoje
Já não sei mais
Se poeto
Ou saio correndo pela rua

Perdi pelas encostas da vida
Injustiças demais
Deslizadas pelos sonhos
Que nunca se realizam
A certeza de que tanto idealizei
Poetando vou escrevendo um mundo
Um história de vida
Vou descobrindo
Um mundo defunto

Coisas simples são tão boas
Nos deixa longes das angustias
Pra que complicar
Já é tão comlexo o nosso ser e estar
Se podemos apenas amar
Pra queremos mais

Vivo a vida por fatias
Não acredito em simpatias
Sou poeta e não careta
Tenho na mão sempre uma caneta

Sou poeta
Sou liberto
Tenho desenhos em letras
Na ponta de minha caneta.

in of


In off
E eu estou aqui sempre on line
No tinir das tristes horas
Minhas amargas vezes
Vozes de medo e decepções
Que carrego na alma
No coração e na mente

Dor que no meu semblante
Não mente
Sou assim
Esse ser demente
De timidez doente
De amor e carinho
Sempre carente

Visto nas vestes do medo
Me olho no espelho
E não me agrado
Sou um perfeccionista agudo

E estou sempre ligado
Nas redes da net
Internetcamente online
Mas desconectado com a realidade
Um ser se Love
Apenas in off
Na desintonia com a felicidade

Iguaria inspiração


Iguaria inspiração




Mas está bom
Se no final do dia
Lutei , chorei perdi
Mas fiz uma poesia
Já de um bom senso
Tenho garantia
E está de bonton

Ao poeta é assim
Que se contorna
Os laços tangenciais
De suspiros
Existenciais
Poetando até o fim
Do mandato na terra

Nada mais tem tal importância
Se a dor e alegria
Das desavenças
De estar com quem se ama
Mesmo que uma simples poesia

Perene e impar
Assim é o poeta
Um nômade de emoção
Saboreador nato
Da dor
Das frases mais belas
Noites madrugais
Iguarias de guarnição
Ululam feito ondas no mar
Mas o poeta que é poeta
Sempre ama sem vivenciar
Coisas escomunais
Superando e suprimindo
Desejos carnais

HAI kai


Hai kai
Hai kai
Eu cai, tú cai
Nos cai

Na mata de concreto no sol forte
A pele ai
No inicio de tudo a chuva cai


Haw wai

Nos ventos de outono
No hawwai
Faço em minas meus hai kais.

Garra


Garra dos inocentes








Ao ter atitude
No ser injustiçado
O inocente se debate loucamente
Numa loucura perene
Até que se imponha a verdade

O poeta
No frigir das horas
Frita versos ao léu
Vivendo no inferno e sabendo que pertence ao céu

E nessa luta
O inocente se mostra forte
E se mostra inevitavelmente realista
Sem medo de nada
Só da injustiça humana

Hoje o ser tímido
Já não mais se faz assim
No ato de coação injusta
É poeta, é inocente é verdade
Faz-se o melhor sem preceitos
Não Por própria opção
Por imposição da injustiça

Encontro


Encontro com Deus



Estou passando por momentos difíceis em minha vida
Certo dia ao chegar em casa
Depois de passar a noite inteirinha trabalhando
Li na folhinha dependurada na parede da cozinha:

“ QUANDO DEUS QUER UMA OBRA AS DIFICULDADES SÃO MEIOS”

E guardei essa frase em meu coração
Desde então passei a encarar
Os desafios de minha vida
Como propostas de Deus para meu crescimento
Cabe somente a mim
Aceita-la ou não .

Diarréia


Diarréia
Agora a conversa é depressa
Já não tenho muito tempo
A diarréia vem logo
E não tem compromisso

Versos em diarréia vem a toda hora
Assim escorridos feito água
Que escorre em diarréia

Sem rumos
Nem eras e nem beras
Diarréias em escoares
Vem e vão dias e noites

Diarréias
Atravessam dias e noites
A fio
No calor ou no frio
Com calangos nas paredes

E no odor das diarréias vivenciadas
Vão os dias e vem as noites
Misérias e abastanças
Tudo se rendem a diarréia

Na hora que ela vem
Só o que é preciso
É o trono individual
E assim na solidão diarréica
Que a diarréia se mostra
E mostra aos seres humanos
O quão solitários são

Des engraçados


Mas a vezes
Não sempre
Diria
Até que muito raras vezes
Mas as coisas mudam


O barco vira
O mundo gira
E o mundo mostra
Porque é tão pragmático

E tudo muda
E tudo rápido
E coisas melhoram
E para outros pioram
E os covardes choram
E o perdão imploram

Parece milagre
Pena que esse milagre
Não acontece todo dia
Com ler essa poesia

Desgraçados
Pessoas ,coisas
Ou melhor pessoas tratadas como coisas
Objetos
Sem valor
Vintém

Criaturas desprovidas de sorte
Decaptadas de sonhos
Ao relento das conquistas mundanas
Sem retorno
Sem glórias

Sem amor nem afeto
Sem ilusões
Por todas foram perdidas
Numa vida sofrida
Sem sorte
Sem nada
Totalmente absorto

Sem qualquer consolo
Vem no escuro na solidão
O choro
Na mendicância de sentimentos
Um viver em miséria de sucessos.

Caneta piloto


Caneta pilot hesferográfica azul

E ultimamente tenho me sentido estranho
Me sinto poeta
Depois de tanto tempo longe
Voltei a mim mesmo
Voltei a poesia

Não sou velho nem novo
Sou poeta
Um lúcido
Lúdico louco
Sou poeta
E sei de tudo e de nada um pouco

A poesia não tem idade
E se tiver
Que se dane
É no formol da poesia
Que me conservo
Sempre jovem
Nas minhas loucas paixões

Na poesia me faço e desfaço
Em uns segundos
Como um desenho
Em turvo traço
Nos meus versos compassos

Em leves goles
Meus versos
Tomo um pórri de emoções
Tudo junto e misturado
Sou eu assim
Esse poeta Eduardo
Apaixonado

Mas não sou mentir
Hoje
O que me instigou a escrever
Foi a caneta nova
Uma antiga paixão
Que desde criança eu quis
Olhando para a professora no quadro negro escrendo
A matéria com giz
E eu copiando no brochurão
Com um sonho tão pequeno e barato
Uma simples caneta esferográfica pilot azul

ARMA dilha


Armadilha





E é no tinir das amargas horas
De um sonho inalcansável
De um remorso perdedor
Que o incessante desejo
Vem a tona

Coisas loucas
Idéias pecaminosas
Altamente explosivas e subservientes
Se tornam nesses amargos momentos de derrotas
Visitas freqüentes
A nossas mentes

E é no momento de sucesso e paz do opressor
Que coisas fortes e implacáveis
Que se armam as melhores armadilhas
E a vida prega as melhores vinganças


E de longe
Mas muito próximo
É que o agredido se sente rei
Ao ver seu mal feitor
Cair aos prantos de dor

A GRIPOetando


Agriculpoetando
Planto um sonho em cada verso
Hortaliças desfecham em brotos de feijões
Coisas simples assim
Dizem muito pra mim


Poesias sem nexo
Misturada na sem gracisse
Da timidez sem vergonha
Da emoção
Que quase me faz sofrer um acesso

E nesse carnaval que se achega
Um verso indiscreto
Indiscritivel indiscrito
Me resguardo a escrever
Apenas
Penso sem penas de mim

Ai ! como é bom poetar
E na obezidade de escrever
Os tempos somem e apaziguam
E a alma de poeta
Não tem conserto

a FA L S tar


Afastalr


Ao
Me








A f a s t a l r



Da poesia
Minha poesia
Me é fatal
Afastar –me do meu mais original eu


O eu poeta



A B R A Ç O


O único abraço
Que não é falso
É
Entre dois seres com tesão

O tesão sim
Expressa a verdade no abraço
A vontade do sexo Abraço


Coisa básica do ser humano
Com ou sem cabaço

Quem?


Quem você pensa que é?

Cheio de si
Ao ser quem se acha ser
Um ser a viver
Sem saber
Que nada é
Além do que não pode ser

Manda e desmanda
Acha
Se acha
Tão bom
Tão forte e poderoso
Será?

no final tudo
Absolutamente tudo que adaquiriu
Perde
E perde seu valor
Pois a morte não pede
Ela vem e te devora
Com as garras da doença
Ou lhe estraçalha
Com as mandíbulas do acidente

E você
Na teimosia de ser
Imaginar ser
Pelo simples cargo que ocupa
Se acha



Mas um dia
Como essa poesia
Não passarás de uma quimera
Algo que foi e nada mais é
Com uma grande diferença
A poesia é eterna
Já essa tua carne e teu cargo
Amanhã mesmo
Ninguém mais lembrará

Não é sabido ao certo o quanto tens em bens materiais
Mas é sabido o quanto nada terás
Quando do dia do teu julgamento
Se quão injusto fostes na vida

Coitado
Quem pensa
Que é melhor
No final é também
Um simples pó

Mas quem pensas que é?
Na verdade
Digo agora
Pense

Quantos que se consideravam
Como você se considera hoje
Tão melhor, tão rico, tão poderoso
Tão tão tudo...
E hoje ....
Não passam de piadas
Quando muito...
Mal elaboradas
Quando pouco
ninguém se lembra


Por isso
Cuidado meu caro
Minha cara
Meu caro amigo e inimigo
Um dia
Poderás prestar contas
Por todo mal que fizestes

E aí,
Não terás a o respaldo de teu dinheiro
Pra onde lhe esconder
Mas a sombra de tuas injustiças
Quem lhe irão te conduzir
Ao fundo , bem fundo
A queimar e arder no fogo que nunca se apaga
Cuidado
Um dia
Qualquer dia desses
Dia ou noite
Que não se acaba
Não se acaba

E o tempo
Não é quase nada
Numa vida inteira
Um piscar de olhos

Mas na morte
A eternidade
Se encontra
E é onde se paga

Quem você pensa que é
Meu caro
Minha cara
Um cargo?
Um rosto bonito? Ou um corpo? Uma carne ?
Pois eu lhe digo
Tudo disso tem seu tempo de duração,
E como é curta essa data de validade
E o que você realmente é
Não tem fim
Pois será eterno
Na eterninidade que lhe espera.
Quem é você?
É o que você fez de bom ou de mal
De justo ou injusto
Eu lhe pergunto novamente
Quem é você?

Meu papel


Meu papel


Meu papel no mundo
É um papel singular
É um papel preenchido em poesia
Onde não consigo rimar
Meu papel


Meu papel no mundo
É um papel singular
É um papel preenchido em poesia
Onde não consigo rimar

Mortais


Justiceiras da existência


As duas justiceiras desta vida


Só na dor
Nas mais terríveis dores
É que o homem se reconhece pecador


A dor e a morte
Duas justiceiras implacáveis
A dor sem pudor
Faz do rico
Um pobre sofredor
Ao sofrer dor
A morte
Implacável com a felicidade
Transforma tudo
Tudo
Por mais sólido, belo, rico , simpático , inteligente etc e tal
Em saudade
E nada mais...

Só mesmo


Só mesmo

Talvez seja mesmo
Só eu mesmo
Que te ache assim
Tão linda pra mim

Talvez seja mesmo
Só eu mesmo
Eu comigo
E você contigo
Achando e se achando
Muito melhor do que eu

Talvez seja mesmo
Só você mesmo
Quem se julga a maioral
Sendo que quem tem ama
É só eu mesmo

Talvez seja mesmo
Indiferença da sua parte
Fingir que fujo de ti
Que esse amor não existe
Que não vivo a tua espreita
E você sabe disso

Talvez seja hipocrisia mesmo
Sonhar que tudo é prejuízo
Num amor sem perder o juízo
Só mesmo nos assim
Tão iguais,
E tão distantes do amor...

Meu concretismo contemporâneo


Poesia e prosa

Sexo é poesia
Amor é prosa




No fundo
Tudo
O que podemos querer
Nada






Enquanto vivos









Não defuntos
Ainda.

O poeta


O poeta

O poeta é um ser que vive a vida
Escrever poeta a vida e a dos outros
De tudo em poesia

O poeta tem uma óptica díspar
Vê o que os outros não vêem
Nem sonham
O poeta é um visionário nato

Enxerga mais do que apenas vê
E o poeta ao poetar
Faz sua arte
Na eterna busca do bem comum
E da igualdade total

O poeta é uma expoente
E é coerente na incoerência
De ver o impossível acontecer
Onde os outros só vêem erros

O poeta comemora a solidão
Com lindos poemas
E brinda sua benfazeja exaustão
Com os mais puros versos
Tesouros de valor inestimável
De valores inenarráveis


O poeta é assim
Um ser tão diferente
De toda gente
Que na igualdade de ser
Ser um ser humano
Se faz maluco
Por ser tão louco pelo impossível

Um eu literal-existencial


Um eu literal-existencial

Faço, traço,
Um almoço , um troço qualquer de folhas
Levando a vida assim
Entre tripas e tiras
Tiradas obscuras e subjetivas
Na poesia me encontro num encontro afanado contigo
Um meu amigo
E levo a vida num sempre descompasso
Dor de barriga, dor de umbigo
Dor de cotovelo

Nem nunca me atrai pela literatura
Quando na escola,
Mas agora
Depois já faço a minha própria arte literal
Sou eu um poeta baixo astral
Mas sou um homem legal
Um poeta real,
Na irrealidade de uns sonhos quaisquers
Meus

Poeto ouvindo musica
E chorando
Uma boa música
E recordando velhas ideologias
Antigos não realizados sonhos
Os quais se converteram
No passar dos anos
Pesadelos

Agora
Já arrumo minha cama
Sei que o tempo esta acabando
Mas não sei o que são: dias, séculos ou décadas
Ou infinito em milésimos de segundos
Afinal quem inventou essa nossa medida e tempo
Te dou um exemplo
Para as criaturas que vivem poucos dias,
Como alguns insetos,
Nos, somos eternos,
Mas já para as pedras e granitos,
Vivemos apenas segundos
Quantas civilizações elas já presenciaram




Faço, traço,
Um almoço , um troço qualquer de folhas
Levando a vida assim
Entre tripas e tiras
Tiradas obscuras e subjetivas
Na poesia me encontro num encontro afanado contigo
Um meu amigo
E levo a vida num sempre descompasso
Dor de barriga, dor de umbigo
Dor de cotovelo

Nem nunca me atrai pela literatura
Quando na escola,
Mas agora
Depois já faço a minha própria arte literal
Sou eu um poeta baixo astral
Mas sou um homem legal
Um poeta real,
Na irrealidade de uns sonhos quaisquers
Meus

Poeto ouvindo musica
E chorando
Uma boa música
E recordando velhas ideologias
Antigos não realizados sonhos
Os quais se converteram
No passar dos anos
Pesadelos

Agora
Já arrumo minha cama
Sei que o tempo esta acabando
Mas não sei o que são: dias, séculos ou décadas
Ou infinito em milésimos de segundos
Afinal quem inventou essa nossa medida e tempo
Te dou um exemplo
Para as criaturas que vivem poucos dias,
Como alguns insetos,
Nos, somos eternos,
Mas já para as pedras e granitos,
Vivemos apenas segundos
Quantas civilizações elas já presenciaram

Pórri de inspiração


Pórri de inspiração

Hoje estou inspirado
Mas não quero jamais
Fazer de minha vida
Um vicio só, esse vicio em poesia

Escrevo esse poema
Assistindo ao jogo de futebol na TV
E ouvindo música de Cazuza no computador
Isso tudo altamente inspirante

Vejo pessoas no mundo
Dentro de minha memória
Feito um defunto
Sem se mover nem fazer nada
Sem poder de mudar a historia

Mas mudo minha noite
Depois da noitada
Em meros prazeres
Fugazes estravagada
Ou seria estragada
De em pecados açoite

Misturo dor e ilusão
Num gole de verso
Engasgando em estrofes
E dormindo depois do fim

Professor silêncio




O silêncio nos diz muito
O silêncio quando vem a tona
Nos mostra nos esfrega na cara
Quantos sonos dependentes
Seres carentes
Nos olham nos olhos
Fundo dos olhos
E choram

Hoje já não me importa muito
Com qual caneta eu escrevo
Me importo sim
É com a maciez com que ela
Disfere seus duros e secos golpes
Em letras
Obscuras nos papéis
Diferentes personagens que desenhamos
Na vida

O silêncio ou melhor
A solidão em escrever
Me ensinou isso

Escrever
Me areja a cabeça
Me faz com que a dores
As mágoas eu esqueça
Na beleza dos versos
Em incertezas poetadas
Com inspiração e destreza

Ler


Ler
Hoje ao invés de escrever
Eu vou ler no viés
Dos puros sonhos derramados
Em prantos enamorados
De revestres

Vou olhar agora
Toda dor
Que em meu peito
Chora

Vou olhar
Nos olhares dispares
De tantos leitores
Que me lêem agora
O que tanto chorei
Outrora

Imagino
O imaginável ato
De imaginar
Sonhar
Poetar


Queria tanto entender
Pelo menos um tanto
O quanto
Me é importante
Escrever

Mas esse poema
Me veio agora
Ao ganhar um livro emprestado
Oferecido por uma amigatodo
Que boa que foi
Essa boa alma literal
Intelectual

Ao receber esse tal livro
Em mãos veio-me
De volta
Aquele desejo antigo
De ler , ler e ler.

Já estava com saudades
E não mensurava
Todo poeta
Precisa se abastecer
No abdicar-se social
E isso
Só mesmo
No ato perene
De ler

Desarte


Desarte
Preciso mudar
Fazer diferente
É cômodo o estar
Como gente
Ser

O não errar
Em se fechar
Não tentar
A desarte

Mas com o tempo
Ao olhar para trás
E ver-se nada
Desprezo não há
No não que não tem como
Se negar

Ao não tentar
Se mudar
Nada se muda
A rotina é a mesma
Somente sonhar

Preciso mudar
Mas não de lugar
Preciso é lutar
Com essa desarte
De se conformar
Pra não se abandonar

Fugacidade de nós


Tudo passa
Todos sabemos
Passageiros como somos
A dor no peito arregaça

Mal nascemos e já se foram
Preciosos segundos
Dos nossos últimos dias
Vividos na terra
Enquanto não somos terra

Com licença
Vou misturar o meu pranto
Com a saudade dos tempos idos
E dos poemas meus
Que ainda serão lidos

Com a fugacidade de nós
Peço licença
Pois o tempo não dá tempo
De esquecermos a dor
Da saudade de quem amamos

A existência é muito veloz
Pouco a pouco
Tudo que tínhamos de melhor
Vamos perdendo a voz

É mesmo triste
Esse poetar
Da fugacidade de nós
Mas não é menos triste
Que a realidade que existe

E é nas mortes dos vizinhos
Que comprovamos
A desgraça
Tão próxima de nós
Ninguém fica
Pra semente

E na frieza do cemitério
Na morbidez do velório
Na aflição da perda
Que o ser humano se sente nada
E sente mais humano que nunca
Pois sente a implacável força
Da fugacidade de nós

Na contramão da ilusão


Na contramão da ilusão






O poeta está nu
Sempre
No frio da noite
Angu

No poema cru
Dentro
Fora
Nu

O poeta nu
Chorando
Vendo
Presenciando um anu

Na verdade
Ilusão
Que o poeta insiste
Mas a dor persiste

Poetar é estar nu
Correr na contramão
De onde jorra
Sangue fresco
Urubu

Todos estão felizes
E o poeta está triste
Mas se não ouvesses
Assim
A sina do poeta
Que a ser poeta insiste

Todos se enamoram
Pulam gritam e cantam
Até parece
Que a felicidade existe
O poeta so divide
Sua dor consigo

E o poeta esta so
Sempre
O poeta e suas ilusões
No realismo horrível
De ser como é
Um realismo irreal
Na realidade da solidão

Todos vivem intensamente
Até parece
Que isso existe
O poeta não se restringe
A ser feliz de mentira
Fingir que é
O que na verdade
Todos sabem


Apenas poetar
Ensaiando a vida toda
A arte de amar
Chorar

Todos se regalam
E os poetas se calam
Na maldade humana
Que não a medida
Que se meça

A montanha da mente
Estranhas incertezas escalam
Ao leito quente
Emotivo do coração
De um poeta


No final todos são esquecidos
Mesmo
Todos morrem
Mas os poetas
Tem sua maior florada
Então

Tudo de feliz e mal
De bom e triste
A morte engole
Implacavelmente
Mas a poesia não
Faz lembrar sempre
Dos seus autores
Poetas

A morte
Não mata de todo o poeta
Fica ainda
A parte mais essencial
Na terra, nos livros, nas livrarias
Na bibliotecas ...
A poesia


A morte
É uma contramão
Aos poetas
Enquanto faz esquecer os normais
Os poetas
A morte catalisa sua arte
Sua lembrança
Explodindo em obras
Mundo a fora

É assim,
Na contramão
Que se vive
A vida inteira o poeta
Quando se morre
E que se mais vive
Na memória alheia

A poesia é para a memória humana
Um mergulho no oceano
Alto mar sem nada
De cara e corpo limpos
Buscando o intangível néctar
Que jorra e bomba
A fonte da eternidade

Se poeta é viver morto pra vida
E vivo pra morte
Talvez seja por isso
Que a morte é tão generosa
Com os poetas

Ascender no ato de morrer
A essência de um ser poeta
Só mesmo um poeta

Retomando a fé



Hoje estou louco pra escrever
Não que esteja muito inspirado
A fazer minhas poesias
Com versos ou sem
Mas com contextos super diferentes
Da ficção

Hoje estou louco para desabafar
Um desabafo sim
Super especial e exemplar
Hoje quero falar de mim


Sinto na alma uma paz tremenda
Que desde a muito não sentia
É o pecado que me dominava
Hoje me afastei desse tormento
Desde cedo acordei com o pé direito

Não que tenha ganhado algo
Mas que tenha deixado de perder
O bom da vida:
A simplicidade de andar a pé,
De estar sempre de bom humor,
Sorrir e desejar um bom dia, boa tarde, etc e tal


Hoje
Hoje foi mesmo um dia de sorte
Fui a biblioteca e matei a saudade
Dos velhos livros , jornais , revistas,
Velhas amizades

Hoje
Comi um enroladinho no centro da cidade
Com suco de laranja pra acompanhar
Fiz o nome do pai em frente a igreja
E agradeci a Deus por tudo

Hoje senti tanta felicidade
Mesmo sendo o mesmo
De sempre,
Mas com uma única diferença
Senti hoje que sou um homem de fé,
Uma criatura de Deus


Hoje
Senti na pele
O quanto é bom e faz bem
Se afastar do pecado
Hoje só tive pensamentos bons
Não desejei mal a ninguém
Não senti inveja de ninguém
Não sonhei com fortunas e glórias terrenas
Pois é como se diz na Biblia:
O que adianta juntar riquezas e tudo mais materiais
Aqui na terra , onde a traça e o tempo corrói
O bom mesmo é ter fé,
Acreditar em Jesus Cristo, o Deus nosso salvador
Que morreu na cruz por todos nós pecadores
E venceu a morte
Provando que o bem sempre vence
E prevalece no final


Hoje
Com uma simples atitude
Já iniciei bem o dia
Ao acordar , orei a Deus
E agradeci a tudo que ele me deu e está dando
E pedi força, sabedoria e muita fé
Para vencer os desafios cotidianos
Que tanto nos afligem


Ah e como é bom se afastar dos pecados
É como tirar a dor
Com as próprias mãos
A fé, ri das impossibilidades
Hoje senti que tenho fé
E posso, e devo e quero me afastar cada vez mais do pecado

E quero viver cada dia mais
Sobe a guarda e proteção de Deus nosso senhor
Obrigado meu Deus
Por me dar a possibilidade de abrir os olhos
Enquanto ainda é tempo
Muito obrigado senhor nosso Deus
Pai todo poderoso.

SURDINATERMINAL


Surdina terminal
Não que não queira
O amor
É muito mais
É coisa sem era nem bera

Nunca
Nunca se satisfaz
O amor
É muito mais

Como um tapa na cara
De quem esta com raiva
Ira na certa
Um hurro dentro extravasa

O medo já não existe
De medo de não ter
Mais o que fazer
Depois da vingança consumada

Assim mesmo
Um palhaço no picadeiro
Rouba a cena o flagelo
Do grito de horror na dor

Noites e dias
Na dor que em versos
Vomita
Desejos , sonhos a ermo
Fulgas fantasia

Versos soltos
Espectorados sussurros
Angustiados na ilusão
De uma grande paixão

Freneticamente o sol se expõe
Na inquisição da noite
Que se dilacera
Sonora
No grito do operário
Que se despede indignado
Com uma mão na frente e outra atrás
E o doente terminal que chora
Na dor ferrenha,
Mesmo na ponta de uma morfina.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Olhares


Aquele mesmo olhar
Que a presa olha o predador
Vejo no olhar
Dos que me cometem injustiça
E nesse momento não tem como fugir
Do instinto animal de ser e agir como o tal
Predador

Nesse tempo que vivo
Me tornei mestre
Um especialista
Em avaliar olhares

Não consigo ler mentes
Mas consigo olhares

Sou capaz
De perceber , ver o medo estampado
No olhar dos covardes
Medo do inevitável
Das marcas que o desejo de uma vingança deixara
Na carne e na mente de tudo
Coisa certeira de destino
Lei básica de tudo
A ação e reação.

Estratégia


Não há erro na arte
A arte é o laboratório do erro
A arte
A poesia

Quem vence
Por incrível que pareça
Não é o mais forte
Nem mais inteligente ou competente
Mas o que vence de verdade
É a melhor estratégia

É a estratégia
Que rege a emoção
E tangencia a vizão
Se um ser de razão
Racional

E a estratégia
Leva tudo a seu favor
A bel prazer
E implacável

A estratégia
Não dorme
Não se mostra
Até que se tenha dominado completamente
Toda situação que a ela se apresente
A estratégia
É a proposição mais lógica
Da verdade e do bem comum
Aos olhos de quem vê
Mesmo que não assim a seje.

Iguaria inspiração


Mas está bom
Se no final do dia
Lutei , chorei perdi
Mas fiz uma poesia
Já de um bom senso
Tenho garantia
E está de bonton

Ao poeta é assim
Que se contorna
Os laços tangenciais
De suspiros
Existenciais
Poetando até o fim
Do mandato na terra

Nada mais tem tal importância
Se a dor e alegria
Das desavenças
De estar com quem se ama
Mesmo que uma simples poesia

Perene e impar
Assim é o poeta
Um nômade de emoção
Saboreador nato
Da dor
Das frases mais belas
Noites madrugais
Iguarias de guarnição
Ululam feito ondas no mar
Mas o poeta que é poeta
Sempre ama sem vivenciar
Coisas escomunais
Superando e suprimindo
Desejos carnais

Fugacidade de nós


Tudo passa
Todos sabemos
Passageiros como somos
A dor no peito arregaça

Mal nascemos e já se foram
Preciosos segundos
Dos nossos últimos dias
Vividos na terra
Enquanto não somos terra

Com licença
Vou misturar o meu pranto
Com a saudade dos tempos idos
E dos poemas meus
Que ainda serão lidos

Com a fugacidade de nós
Peço licença
Pois o tempo não dá tempo
De esquecermos a dor
Da saudade de quem amamos

A existência é muito veloz
Pouco a pouco
Tudo que tínhamos de melhor
Vamos perdendo a voz

É mesmo triste
Esse poetar
Da fugacidade de nós
Mas não é menos triste
Que a realidade que existe

E é nas mortes dos vizinhos
Que comprovamos
A desgraça
Tão próxima de nós
Ninguém fica
Pra semente

E na frieza do cemitério
Na morbidez do velório
Na aflição da perda
Que o ser humano se sente nada
E sente mais humano que nunca
Pois sente a implacável força
Da fugacidade de nós