sábado, 14 de agosto de 2010

Ler


Ler
Hoje ao invés de escrever
Eu vou ler no viés
Dos puros sonhos derramados
Em prantos enamorados
De revestres

Vou olhar agora
Toda dor
Que em meu peito
Chora

Vou olhar
Nos olhares dispares
De tantos leitores
Que me lêem agora
O que tanto chorei
Outrora

Imagino
O imaginável ato
De imaginar
Sonhar
Poetar


Queria tanto entender
Pelo menos um tanto
O quanto
Me é importante
Escrever

Mas esse poema
Me veio agora
Ao ganhar um livro emprestado
Oferecido por uma amigatodo
Que boa que foi
Essa boa alma literal
Intelectual

Ao receber esse tal livro
Em mãos veio-me
De volta
Aquele desejo antigo
De ler , ler e ler.

Já estava com saudades
E não mensurava
Todo poeta
Precisa se abastecer
No abdicar-se social
E isso
Só mesmo
No ato perene
De ler

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