Chama da poesia
Poetar é escrever
Sem olhar no dicionário
Fazer sem saber
É ser um ser visionário
Poetar também é excretar
Seguindo a intuição
O poeta segue
Caminhos tortuosos de sonhos
Expulsando de si todos os medos
Em simples folhas de papel
Uma daqui outra de lá
Poesias vão rolando pela boca
Da mão dos dedos de um poeta
Poesias enfeitadas
Em versos simples
Que dizem tudo
Que o coração bate
Nessa eterna falta do que fazer
Dentro de um domingo a tarde
A benfazeja inspiração
Bate na porta
A tristeza escapa pela janela
E essa efêmera
Não tem data nem hora
Pra acabar
Do fruto colhe a vinha
Poemas escapam da mão minha
Em meio a folhas encardidas
Ouso rasgar palavras
Em avesso de versos
Em fontes de melodia
Cheirando flor de meio dia
Em plena meia noite
E o nesse tempo
O que devemos fazer
Com essa força estranha
E intuitiva
Chama da poesia
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