sábado, 7 de novembro de 2009

Espelho da vida


ESPELHO DA VIDA








No viés da triste escarnante solidão
Me vejo reflexo
Um morto mais vivo
Nú e sem amparo
Uma triste imagem num mero espelho
O espelho do coração

Mais uma noite
Jogada em palavras escritas
Sem hambúrgueres nem bundas
Sem poesia carnal palpável
Noite dormida para os meros mortais
Me assombra essa noite
Eterna e comprimida
Noite comprida

Assim, nesse mar asmo
Só uma saída há
Trancar no quarto
E agüentar toda dor sozinho
Pra tudo parecer normal

Aqui no fundo do poço
Se vê que o fundo é bem mais fundo ainda
Imundo
E ainda há como
Vazar desse fundo
Sem jantar nem almoço
A barriga ronca
A cabeça dói
A tristeza corrói
Lugar imundo
Me sinto defunto

Nenhum comentário:

Postar um comentário