quinta-feira, 5 de novembro de 2009


Sol



A noite critica o dia
Nas voltas da terra
O dia com a noite faz ironia
Cantores em bares gritam em berram
Entre bêbados, prostitutas se ferram
Nesse mergulho grotesco do dia-a-dia

Enfrento de cara
Cara a cara, a reluzente abundante poesia
Que balança sobre pernas
Quadris de belas curvas da estrada
Em cabelos errantes presos ou soltos
Ao vento doce deleite
O sabor delicioso
De sentir um corpo cheiroso
Uma mulher, uma noite...

Mas arde-me os olhos
Onde não encontro sombra
Brilha forte inconsciente na pupila
Dilatando antigos sentimentos
Presos represados ao tempo selados
Escravo desse desejo doido
De tanta querência
Com as barbas ralas de molho

De repente pulsam nos olhos
Oculares cataratas
Luzinhas imaginarias que piscam e cegam
Realidades que não queríamos
Que fossem essas exatas
Verdades ocultas e chatas

Sob o forte calor
Inflamam espinhas no rosto descoberto
Sem filtro solar
Comedões atacam a pele sem dó
Nem piedade
Jovens em tão tenra idade
Já com a garganta amarrada em nó

O sol atira e acerta
E os pobres enfiam a unha
Na pele do rosto espremendo
E arrancando todo aquela meleca
No organismo processada
E sob a luz do sol assada
Aparência dilacerada pelo sol arrasada

Na cavidade terrestre
Prefiro a lua ao sol mestre
Astro-rei atmosférico
Sol irritante inerente
Mas não há vida sem ele presente

Quem ao sol tem um caso de amor
Sofre duras penas
Tem a certeza de um futuro com dor
Cheio de prováveis solares problemas
Além dos problemas de amor
Mas mesmo assim eu admito
Um dia de sol tem o seu valor
A beira da piscina
Olhando uma bela menina...
De repente um biquine arrebenta
O paraíso se mostra naquele momento
O coração não agüenta
Como é gostoso um dia ensolarado

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