quinta-feira, 5 de novembro de 2009

SOL DA TARDE NA FAZENDA


Sol da tarde na fazenda






Mesmo que angustiante o sol é uma figura
Velhos tempos , ida infância
Acho intrigante , algo que me tortura
Pensante que se prenda
Instiga me a poesia com tanta força e lisura

De tarde
Numa dessas quaisquer
Vindo do trabalho cansado
Olho para o meio do campo em mato
Uma roça uma fazenda , sei lá que nome se dá
A quilômetros e quilômetros da cidade
Entre capins e arbustos bate
O sol da tarde
E a dor de um passado superado me invade

Em meu olhar,
Lembranças infantes,
Miserável infância
Dor de cabeça constantes
E o sol meu maior pesadelo
Doía-me os olhos
Principalmente o sol da tarde na fazenda

E esse dilema me persegue
Desde criança
Tempos de férias na fazenda
Lembrar
A dor me vem a tona

Toda infância classe média pobre é assim
Férias na casa de primos, tios , parentes próximos
Brincadeiras, jogos, córregos e humilhações
Por ser o parente mais pobre
O primo mais fraco, o mais feio, mais raquítico
Mais tímido e desengonçado
E por fim e por tudo isso, também o mais triste

Mas no fim do dia
De tardinha
Um dor de cabeça sempre me vinha
Já não me bastasse o dia inteiro
Tolerando humilhações e chacotas
A dor ainda me vinha
Sempre ...era a única coisa que eu ganhava
Naquela tortura que meus pais me obrigavam a sofrer:
Ir passar férias ou fins de semana ou feriados prolongados
Em fazendas de parentes

Naqueles tempos
Ainda nem conhecia a poesia
Hoje quando olho campos
Pela janela de meu carro
Me embrulha o estomago
E sinto vontade de vomitar
Todos aqueles disaforos que nunca esqueci
Graças a Deus eu cresci
E para lá nunca mais quero ir

É fim de tarde agora
To na poltrona de um ônibus
Voltando do trabalho cansado
E olhando paisagens de fazendas
O sol da tarde batendo no capim, no mato
E eu relembrando horríveis momentos
E esse poema escrevendo

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