quinta-feira, 5 de novembro de 2009


Sorriso cadavérico

Todos os dias, sentidos reais ou simples ideais
Sentimentos vividos ou apenas sentidos
Cartas escritas
Secretamente e nunca enviadas
Ou se envidadas sem remetente ou pseudo-remetentes
Pra onde vão

Prá onde vai tudo isso
Todos amores
Paixões mal resolvidas
Cartas de alforrias
Todas antigas e amadas namoradas
Os tumores da alma são os rancores da vida
Apenas de fracassos rumores se arrasta e acomprida

Pra onde vão
Todas poesias
Toda fonte inspiradora
Inspiração

Onde vão?
Todos pertences
De quem não tem pertences
Nem chance de ser gente
Amores, paixões, ódios,
Poetas doentes
Pessoas, corações, almas carentes

Prá onde vão?
Todo sim e todo não
No meio da multidão
No fundo da emoção
Um vão
De olhares , sonhares em vão

Pra onde vão
Todos casos verdades
Todos caos
No cais do acaso
Despencando em soluços
Choros não ouvidos
Ou mesmo que ouvidos
Todos tapam os ouvidos
Afinal o lamento é seu
Pra que incomodar

Pra poesias discortinadas
Na alma da saudade
Pra onde vai também a solidão
Pra onde?
A musicalidade
A melodia e a poesia
A boemia ...


Pra onde vai
Toda maldade
Bondade, toda moral e bons costumes não enchem barriga
Toda atitude , toda dureza e toda fraqueza
E o desfrute pra onde vai

Pra onde vão
Neste vão de acasos
Raios e trovões
Esse escrever eminente
Vicio em vão
Quando no tempo se perecer
Já sera tarde perceber
Que todo acumulo é bobagem
Se não existe o amanha
Só existe as perguntas sem respostas
Pra onde vão
Pra onde vai?

Quantos sonhos por mim sonhados
No tempo se perderam
Quantos poetas nessa vida já sofreram
E seus versos continuam aí
Na bibliotecas calados

Tudo no tempo se perderão
Na frieza da solidão
Pra onde correr?
Todos choram de rir
De mim , de meus sofreres
De meus medos e poemas
Meus dilemas

Quando apagarem as luzes
E cairmos nas nossas covas
Onde os dentes brancos arreganhados
Mesmo quem muito sofreu , ou muito sorriu
Serão o mesmo sorriso esquelético , cadavérico...

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