quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Na boemia


Na boemia



Mais uma vez


Andando pela rua


Na cidade de Araxá


Poderia ser qualquer outro lugar


Sem destino


Na fronteira de não saber onde chegar



Na fonte de inspiração


Meu coração se enche de tristezas


Coisas que se convertem


Até feiúras


Nas mais belas belezas



Um sincero sorriso amigo


Um bom bate papo


Ai que vontade de um desabafo


Com alguém que se confie



Mas meus amigos


Melhores amigos se foram


E confianças e em quem confiar


Foram se embora com eles



Agora sou um cara da noite


Na boemia e na poesia me encontro


E desencontro


E nessa eterna falta do que fazer comigo




Na boemia


Entre sorrisos genéricos


Só encontro sentimentos baratos


Ditos sentimentos mas...


Não chegam a tanto


São mais improvisos



Nas tabernas


Onde só se ouvem risos


E também falsos gemidos


Sem prazer algum em pseudo-amores




Lá, nesses lugares de boemia


Onde o amor é um produto


Um serviço especializado


Que se Poe e que se tira


A vontade do cliente


Coitada dessa gente


Quanta dor na alma sentem



Em lugares de boemia


Não há nenhuma fantasia


Apesar de tanta coisa gostosa



Apesar de todos nesses lugares


De boemia


Estarem fantasiados de gente


Na boemia não há poesia


Só mesmo é muita gente carente



Na boemia não existem


Sentimentos caros e nem verdades


Apesar de que nesses lugares


Tudo é dez vezes mais caro


Menos os sentimentos mais raros



Entre beijos e abraços genéricos


Na frieza de olhares


Vejo pessoas se esconderem


Mas não de outras pessoas


Mas de si mesmas



E essas pessoas que se escondem


Usam como escudo


A bebida , cigarros e outras drogas...


Além dos tais sorrisos genéricos


E gritinhos estéricos



E ali , na dor em comum


Que é sentida no peito de cada um


Que as pessoas se unem


E os corpos em desejos se enchem e fundem


Tudo e de tudo confundem



Em boemias


Pessoas ao entrarem nessa


Para outra dimensão se transportam


E a realidade e a sorte


Para elas fecham as portas


E suas historias se tornam


Tristes anedotas

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