quinta-feira, 5 de novembro de 2009


Receita de poesia

No entreter pelas palavras
Trocadilhos salgados
Versos apimentados feitos de madrugada
Temperados durante o dia
Vou preparando a poesia

Com pitadas de sonhos
Fontes protéicas em excesso
Vamos da massa calórica a sobremesa
Água na boca desde a guarnição
Feita em sonetos

Junta tudo na panela de pressão
Mistura e depois fecha
No forno a lenha também tem
Algo assando no fogo da ilusão
A ter-se no final
Um banquete poético

Não se pode nunca do principal
A se poetar
Leves toques de excentricidade
Pois o poeta não é um ser igual
Tem a sua própria poesia
A si dos demais se diferenciar

A rima é um ingrediente fantástico
Porém dispensável como a pimenta
Vai ao gosto de quem prepara
Tem quem goste , tem quem não
Varia de momento e o tempo
E a delicia ou a dor que se sinta


Mas tem ser que não agüenta
Há que se ter cuidado
E as vezes acrescentar pimenta
Fazer uso discriminado
Desse picante condimento
Use com discernimento
E tenha de poesia tão bela
Quanto a dos anos oitenta
Um apetitoso alimento!

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