quarta-feira, 4 de novembro de 2009

O GOSTO DA DOR


A dor não tem gosto




Entre o ser e o supor
Suportar a forte dor
O colapso se resume em dor
Responde o que se impõe
A dor
Atrás do prazer se esconde

Dor na cabeça
Nada de Vintage
Dor no corpo
Desanima a gente

Mas não há dor nos cabelos
Antes que se esqueça
Cabelos, unhas e pelos
Cada dor uma emboscada
Uma sentença

Para acabar com a dor
O ser humano paga qualquer preço
Dor carnal ,sentimental
A dor de carne um dia passa
E quando passa não mais se lembra
Já a dor de amor
É dor pra que nunca se esqueça


Um alívio
A dor de amor quando passa
Deixa resticios
Dor igual desconheço
É o pior da vida tropeço


Dor só de pronunciar essa palavra
Já é de se arrepiar
Faz o mais forte
Parecer o mais comum a chorar


Dor não tem gosto
É desgosto
Nem hora pra chegar
Nem pra sair
Dor faz o ser infeliz
E quando vai embora feliz


Nas flores de primavera
No sol de verão
Nas frutas de outono
Ou nos ventos de agosto
A dor não tem gosto

A dor é uma insana loucura
Nada cala tua boca
Abstrata e concreta
Reta feito uma seta
A dor é moderna e careta
Extravagante e discreta


A dor é um camaleão
Muda de tons destoando o coração
Exorbitante aflição

A dor é algo que sentimos
A que dos pecados redimimos
Feito o amor
Feito o calor
Queima nos os sentidos

A dor nos faz sofrer
Poeta ser
A dor não tem gosto
Nem nos ventos de agosto


Não é atoa
Que amor rima com dor
As duas as nossas vidas desentoam
Tanta coisa em comum
Dilaceram
A existência de qualquer um

Recite poesias palavras de amor
Forma mais perspicaz
De espantar e abster-se
No imaginário da dor
Um poeta sua poesia a compor
Esquecendo sua dor de amor
Ao expô-la no papel ou no monitor
De um computador

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