quinta-feira, 5 de novembro de 2009


Vou sorrindo ... vou vivendo...

Não que esteja feliz
Não que não esteja
Nada de tudo bem
Num algo bom que fiz


Vou sorrindo , vou vivendo
No azul do céu que vou vendo
Versos, poemas escrevendo


Dos dias cinzentos
De derrotas e vitórias
Quero da musa o acalento
Puro e doce como ela só
Firme em memórias

E eu digo
Vou sorrindo , vou vivendo
Com minhas manias e bobeiras
Vivendo com ninharias
Gastando oufato nas ruas
Entre escombros de baladas
Bregas e nada sinceras

Brincando com ilusões em frases
Versos sei lá,
De tudo um pouco
Escrevendo sem pudor
Só assim a inspiração flui
Com todo seu vigor

Vou sorrindo, vou vivendo
Nos dias de sol
E também nos que da janela
A chuva cair estamos vendo

Vou sorrindo , vou vivendo
A vida, a história , a arte
Perto de mim quero você
Minha doce e meiga
Lado a lado quero ser seu namorado

Vou sorrindo , vou vivendo
Minha triste sina
A paixão em meu peito explode e expande
A cada batida do relógio
Que passo a esperar-te

E a paixão continua como sempre
A fazer cena
No eterno ver você em sonhos
Mas o pesadelo mesmo
É ver na realidade
Você em outros braços

Vou sorrindo vou vivendo
Nada de sono
Nas noites que sempre
Passei escrevendo
Madrugadas a dentro
Ilusões continuo tendo
De você , de tú , de vós, de nós

A noite , a lua , as estrelas
Constelam de forma medíocre
Fora de ti, a poesia é uma mentira
Contada , cantada,
Carta fora do baralho

Me vendo em um ser
Um poeta , um poema a poetar
Lágrimas sobre versos derramando
Na inconfidência de meus sentimentos
Mais lindos , mais nobres e fulgazes
De uma miséria
Um imposição social
Dor de exaustão carnal

Mesmo assim
Vou sorrindo vou vivendo
Com um puro amor dentro do peito
Sonhos, versos , fantasias , e realismos
Tudo misturado
No orgasmo que delineia a vida
No sobreviver social
De aparências em aparências
Viver sempre com o mesmo semblante
De quando tudo está bem
Mesmo não estando

E asssim ,
De paixões em paixões
A vida vai passando
E só o que não muda
É o amor pela maior paixão
A eterna ilusão de um dia
Ser feliz seja algo real
Muito mais que poesia

Paixões doces e amargas
Calças curtas ou largas
Cruas , inspirações nuas
Se arriscando nas curvas que encontro
Em caminhos candeeiros
E é na desgraça alheia
Que me sinto mais normal
E assim o poeta se faz mais poeta

Se de sonhos e poesia
O poeta vivesse
A vida nessa quimera
O quanto é não mais existiria
Seria
Apenas mais uma melodia
Mas quem seria
Um eu sem amores
Dos amores do futuro
Que te esperam
Nos esperam



Por isso de poesias vou vivendo
Alimentando a alma
Apaziguando o coração
E mais umas oncinhas no bolso
Na carteira velha de couro
Guardadas
Com o intuito de garantir
Minha sentença

Poetando na descrença
Assim desde criança
Não perco nunca a esperança
Vou sorrindo... vou vivendo...
E ser feliz sempre querendo
Isso é que importa

Vou sorrindo... vou vivendo...
Minha história
Sem glórias
Em versos tristes escrevendo
Sem ter coragem de me declarar
Tentando fugir de mim
Dessa louca paranóia
De querer sempre
A musa inconquistável


Sou reticente a mudanças
Vou sorrindo ... vou vivendo...
Nessa incansável poesia
Que é a vida mesmo
Ela que é subvida
Sobrevivendo entre escombros
No assombro de meus medos
Solidão que me azucrina


A contemplá-la
Vou sorrindo... vou vivendo...
Sinto no peito
Sinto-a no meu peito
Sou mesmo um poeta nato
Dessa dor essa paixão ingrata
E tenho consciência disso
Da dor , mas que essa dor
Um dia irá passar
E o peso que carrego
Um dia irá descansar
No leito eterno do perdão
Que esse talento me acarreta
Então
So me resta
Ir sorrindo ... ir vivendo...

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