quinta-feira, 5 de novembro de 2009


Um poema obstante

Não quero um poetar
Deitado, cansado
Feito um choro escoado
Estou na ociosidade
Que o dia todo
A vida toda me abstive

Sinto dor nas pernas
Panturrilha mosdisca os músculos
Sinto e lembro a minha primeira vez
Que senti uma câimbra na panturrilha
Coisa estranha , rápida
Dor esquesita

A dor nos olhos
Condenam-me ser o que sou
Um peão urbano
Peão de fábrica
Chão de fábrica
Rodando na usina desta mundo
Andando , jorrando meus versos
Construindo em vida
Meus poemas obstantes
Gerados e gerando
A mim, a ti, a quem quiser me ler
Dores , amores , sentimentos infantes

Faço versos assim
Prá ti e pra mim
Vou ter que trocar de camiseta agora
Esta está fedendo
É que a vesti sem lavar
Tava jogada em cima da escrivaninha
Esqueci de joga-la
No balaio de roupas sujas
Ontem tive um dia de poesia


E agora
Que faço eu poeta
Um ser que quer ser feliz
Na incomparável poesia
Vida estranha,
E correta
De ser poeta

E agora
Que faço eu
Que já me afeiçoei a poesia
Não consigo
Mais passar muito tempo
Sem ver teu rosto
E sentir nas palavras doces que escrevo
Teu sorriso meigo
Transcrevo e combino
Sentir teu gosto
Um gosto hálito fresco saboroso
Gosto delicioso
Gosto de beijo molhado de moça

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